domingo, 4 de dezembro de 2016

A vida no lago - Inle Lake


Inlake são águas calmas e de sustento, são  aves a bicar a água lamacenta das ultimas chuvas, são pescadores flamingo nas suas canoas esguias, são mulheres fortes e de lenços coloridos a pintalgar as águas, são vidas sobre estacas em casas instáveis mas com fundações profundas...é o fim do Mundo entre montanhas de templos e de sorrisos. Será preciso dizer que adoramos este lago?! :)



Decidimos partir à descoberta de bicicleta e com a Alice na mochila e, claro, perdemo-nos numa estrada de altos e baixos que nos trouxe algum cansaço às pernas mas que permitiu sair da rota e conhecer um pouco mais. Depois de encontrarmos o caminho seguimos por paisagens de agricultura trabalhada, aldeias remotas e Minghulaba's constantes até à aldeia de Maing Thauk, fixada em estacas sobre o lago. Um cenário tirado de um postal! Demoramo-nos por lá, o tempo suficiente para o meu telemóvel se querer fundir com o lago...caiu à água, e quando eu já não acreditava ve-lo novamente um senhor atira-se à água e aqui está ele, com algumas mazelas mas a funcionar. O senhor aproveitou para tomar um banhinho com direito a shampoo e tudo! :)



Almoçamos com um casal brasileiro e francesa com um bebe da idade da Alice, trocamos experiencias e fizemos depois a travessia até Chaung Daing, numa canoa com as magrelas e pedalamos mais uns 10 km até ao descanso das nossas perninhas. A Alice aproveitou para brincar com a sua nova amiga enquanto nós nos deliciavamos com a calma da nossa guesthouse e o lanchinho de fruta preparado sem pedido. Maravilha de dia!!! :)

No último dia decidimos corajosamente embarcar numa tour de um dia numa canoa pelo lago (18 000 kyats- 15 euros) com várias paragens para conhecer e esticar as perninhas. E a Alice não desiludiu, está uma verdadeira aventureira destemida!
Comecamos a viagem com uma brisa fria que nos fez enrolar em mantas e tornou a viagem até ao primeiro destino ainda mais misteriosa. A canoa deslizava e o nosso olhar rente à água visitava os pescadores solitários com uma perna apoiada na proa do barco e outra a lançar a rede, quais flamingos entre nenufares e flores de lótus ( os tradicionais pescadores do antigamente com os seus cestos num só pé emolduram a paisagem apenas para a foto perfeita).



Iniciamos o roteiro pelo Mercado de 5 dias, que cada dia é realizado numa aldeia diferente. Tivemos a sorte de ser dia de mercado em Maing Thauk, um dos menos turísticos. A qualidade dos frescos e a sua variedade é evidente, há artesanato e peixe seco e fresco lado a lado e muitos compradores com ar de satisfação. Os vendedores sorriem e interagem connosco e com o bebe ocidental e esta troca enriquece-nos.



Saimos do mercado e fomos até Nampan, uma vila sobre a água onde abundam aa fábricas de seda, Lotus e algodão; construção de barcos; cigarros; prata.. Visitamo-las e passamos pelas suas lojinhas, mas não feiramos e eles também não pareceram aborrecidos. 


Almoçamos em Phaung Daw Oo Paya, um local sagrado para os budistas que carregam os seus barcos ornamentados e as suas imagens durante um festival anual, realizado em frente ao seu grande Pagoda. A vista era magnifica, a comida óptima e a Alice dormiu uma grande sesta, enquanto conheciamos mais uma viajante.


Como pagamos um extra fomos conhecer um dos locais mais magníficos desta zona- Inthein- localizada num dos mais estreitos canais do lago. Entramos na vila e percebemos que aqui tudo é autêntico e suspenso no tempo: carros puxados a vacas, meninos a jogar à bola com uma garrafa de plástico, senhoras vestidas nos seus trajes tradicionais, banhos à beira rio, água carregada em baldes. E subimos até ao pagode Shwe Inn Thein, por um túnel com muito artesanato e bem comprido...ate chegarmos ao topo e vermos um complexo de 1054 stupas datados dos seculos XVII e XVIII. IMPRESSIONANTE!!! Alguns estão e já  foram reconstruidos, outros ainda estao perdidos na vegetação. É um local mágico e onde se respira paz.



A última paragem foi no Mosteiro dos Gatos Saltitantes (lol), onde os monges se orgulham de fazer um espectáculo onde os seus gatos exibem os seus portes atléticos  (são tão magrinhos..). Mas não vimos o espectáculo...ohh!

Regressamos na nossa canoa com uma sensação de plenitude e riqueza indescritíveis. Isto, para nós, é viajar..conhecer, adaptar, não estragar, só observar, enriquecer e partilhar..e felizmente, por agora, assim é aqui o turismo.

6 comentários:

  1. Tão inspirada! Está lindo! Aventura continua...

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  2. O senhor do lago que te recuperou o tlm está apto para um banhinho na barragem em Água das Casas! :)
    Quanto à vossa aventura... estou a ADORAR tudo o que estou a ler! Continuem-nos a encantar! Bjs aos 3*** Dina

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    1. Mesmo Dininha!! Pareciamos nós em Água das Casas. :) Mas acho que não me safo de comprar um novo :( Tenho de estar sempre a tirar e por a bateria..

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  3. Hão-de me explicar o que são stupas! Que relatos maravilhosos 💜🙌🏼

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  4. Uauuuuu!!!maravilhoso mesmo!!
    Xaninha que a Asia e brutal isso nós já sabemos...que Myanmar seria ainda menos explorada e menos turística tb mas a forma como tu escreves dá nos vontade de viajar para lá ainda hoje!!! Aproveitem ao máximo esta viagem unica e fantástica...e com este relato tao vivo e tao vivido a nossa vida tb fica um mais rica!! :) obrigada#mt orgulho em vcs#alicecidadadomundo#

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  5. Ainda bem que também estão a gostar de viajar connosco por este país de gente espectacular! Beijinhos para as duas

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