domingo, 11 de dezembro de 2016

Ngapali Beach...offline! :)

Chegamos ao Paraíso e por aqui vamos ficar literalmente sem nada para fazer, só a interiorizar tudo o que vimos, conhecemos e crescemos com esta viagem e a disfrutar do tempo em família numa casinha na praia com um mar maravilhoso à nossa espera... até breve!!! :)






Offline...

Bagan encantado



O amanhecer em Bagan é um dos momentos mais bonitos que já vivemos. Todo o cenário é de uma beleza que se complementa. 
Subimos, com alguma dificuldade, o templo de Shwe San Daw, um dos mais altos do complexo e sentamo-nos num andar medio, com poucas pessoas e com uma vista desafogada. Os milhares de templos escondidos pela vegetação começaram a mostrar-se à medida que o Sol nascia num ceu limpo,  mas uma leve neblina da madrugada não deixava revelar tudo de imediato...era tempo de disfrutar e esperar mais um pouco, até porque de repente surgiram balões de ar quente a sobrevoar a imensidão da paisagem e aí, o cenário completou-se. Simplesmente mágico! :)

Fomos tomar o pequeno-almoço e partimos para Sul, em direcção a Myinkaba. Aqui estão alguns dos templos que mais gostamos, porque têm poucos turistas,  parecem mais perdidos na vegetação o que torna o acesso mais desafiante e bonito e porque mantém muito do seu traçado original, ajuda da Unesco. Nanpaya, Abeyadana, Nagayon e o Pagode de Manuha. Ainda fomos a Gubyaukgyi que tem uns frescos espectaculares!!! Pena não termos trazido a lanterna...teriamos podido explorar mais. 





De manhã ainda fomos a uma demonstracao de laquerware (artesanato feito em bambu, lacado e desenhado), na Art Galery of Bagan, em Myinkaba, onde a Alice conheceu mais uns amigos.
Almoçamos num restaurante de rua com comidinha boa, descansamos e partimos para os templos  mais conhecidos de Bagan: Dhammauangyi e Sulamani. Imponentes, com estrutura densa e tectos altos e com milhares de turistas a chegar em camionetas! 







Antes de irmos ver o nosso último pôr do Sol, a Alice fez questão de dar a volta ao templo de Sulamani e dizer adeus a cada um dos quatro Budas, nas suas quatro portas. Segundo ela é a "casa do Buda". E quando tinhamos terminado o ritual...os turistas tinham desaparecido todos!! Foi tudo a correr para o sunset.
Nós escolhemos um templo menor, o Buledi, mas eu não consegui subir mesmo até ao topo e estava com muitas pessoas. Eis que olho em frente...e estava um templozinho só com duas pessoas no nosso alinhamento. Descemos, pegamos na mota e mesmo pelo meio do mato chegamos ao templo. O casal já estava a sair e nós subimos pelo túnel interior e pluft...maravilha para a despedida! :)
Adeus Sol! Adeus Bagan!




Monte Popa e os seus espiritos


Hoje foi dia de visitar o Monte Popa, o local mais popular no país de oração aos espiritos (nats), uma das religiões com mais devotos em Myanmar.

Pelo caminho paramos para uma pequena demonstração do que se pode fazer com o açúcar de palma, desde bebidas alcoólicas a doces dignos de serem devorados.



Assim que comecamos a chegar perto do Monte o ambiente começou a mudar e fomo-nos tornando cada vez mais pesados, não sei se fruto da nossa imaginação ou do que tínhamos lido sobre o local. Ainda por cima paramos num ponto intermédio com esculturas e figuras de espiritos dispostos de forma aleatória. O templo do Monte Popa como fundo, eregido no cimo de um cume, parecia ter sido retirado de um filme de terror.



Chegamos ao sopé do Monte, casa de 37 espiritos e de dezenas de macacos e uma escadaria de 777 degraus esperava-nos. O meu coração começou logo a palpitar... O vento cortante da subida, sempre a assobiar, os macacos a saltitar por cima das nossas cabeças e o sentimento negativo do local não me faziam querer superar a subida, mas com a ajuda de umas peregrinas lá fui atrás do Fábio que carregava a Alice cheio de determinação.



Até que chegamos ao topo e a vista soberba não me encheu as medidas, porque o cenário nas casinhas que abrigavam os espiritos era assustadora. Só pensava na descida e em como seria bom estar no meio dos templos tranquilos de Bagan.
De qualquer forma, o monte vulcânico cativou-me o olhar e fez-me crer que tinha valido a pena o esforço.







A descida foi rapida, até porque ia danada com a Alice que não queria pôr o gorro e ainda soltei um raspanete gigante...só espero que os espíritos não se tenham ofendido, porque ouvi dizer que não são tão benovolentes como o Buda. Aiiiiiii....



quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

O Fábio faz anos...em Bagan!!! :)

ComeÇamos o dia a cantar os Parabéns aos pulinhos em cima do papá e que feliz ele ficou com o nosso presente! 
E ainda redobrou a felicidade quando percebeu que a forma mais simples de visitar os templos em Bagan era uma e-bike (uma espécie de mota elétrica)...os 3 na mesma! A mãe é que não achou muita piada, mas alinhou! :) E foi tão fixe...já digo que gosto da mota e vrummmmm...MEDO!!!


Bagan é uma planície composta por mais de 3000 templos budistas e alguns com imagens hindus, salpicados no verde selva da sua vegetação. Datados dos séculos XI a XIII a maioria dos templos já foram restaurados, alguns talvez de forma pouco cuidada, mas o encanto desta zona permanece. O que nos surpreendeu foi o facto de não ser uma zona delimitada, mas fazer parte das cidades de Old Bagan, New Bagan, Myinkaba e Nyaung U (onde ficamos alojados- Hotel Royal Bagan). Ou seja, estamos alojados dentro de um local arqueológico! :)

Partimos então na nossa mota à descoberta dos templos e comecamos por aqueles que estão dentro das portas de Old Bagan. Visitamos Ananda Patho, o templo mais conhecido de Bagan e um dos mais imponentes, mas em obras devido ao terramoto deste ano, que danificou algumas das estruturas dos templos.


 E seguimos para o Templo de Thatbyinnyu, outro dos maiores e para alguns menores. No meio desta exploração conhecemos um menino que andava a vender o livro de George Orwell, sobre a vida dos birmaness, e que tinha muita pinta, andou connosco a mostrar-nos templos e tudo. 
Terminamos a manhã no Pagode de Shwezigon, onde nos demoramos mais um pouco para aproveitar a paz do local.






À tarde, depois de uma sestinha, fomos à descoberta do Bupaya, um pagode à beira rio com uma imitação da pedra sagrada e enquanto decidiamos onde ir ver o pôr do Sol, o Fábio teve um presente: um local que no meio da estrada nos abordou, enquanto nós conversavamos com o português que tinhamos conhecido no barco, e nos levou até um templo sem vivalma e onde tivemos um pôr do Sol privado num sítio maravilhoso!!! (aqui é MUITO dificil arranjar um templo sem ninguém para o nascer ou pôr do Sol e que tenha uma vista fantástica). O som do vazio, a quantidade de templos plantados na terra vermelha, grandes e pequenos mas cada um com a sua história marcada nas suas paredes, o verde no horizonte e o Sol a pôr-se no rio, atrás de nós e a iluminar o nosso horizonte, com a certeza de estarmos a viver um momento único e eternamente gravado em nós. E o Sol diz adeus, para voltar amanhã renovado e cheio de força para mais um dia, explico à Alice- Adeus Sol! :)








Terminamos o dia com um jantar num restaurante italiano com comidinha maravilhosa e uns Parabéns cantados à luz da vela :) 














 (em construção)...

Viajando pelo rio Ayeyarwady

De Mandalay a Bagan optamos por viajar de barco (fomos pela MGRG, 40 euros) pelo rio durante 9 horas que passaram num instantinho. O barco não é o mais indicado para crianças mas com muita brincadeira, sestas e comidinha o tempo voou.
Aproveitamos para descansar, apanhar um Solinho, conhecer pessoas (um português e um viajante do Alasca) e ver a paisagem tranquila do rio. O barco tem uma vista soberba sobre Mingun, uma das antigas capitais reais que não conseguimos visitar. Aconselho!



À descoberta de Mandalay

Não é fácil gostar de Mandalay. Ao primeiro contacto com a cidade ela mostra-se fria, com os seus predios descaracterizados, lojas de motas, material de construção e tecnológico, avenidas compridas e largas de onde surge um trânsito carregado de poluição sonora... Apetece-nos voltar ao lago, à sua calma e às suas gentes. Mas não desistimos à primeira. O terceiro dia em Mandalay seria para descobrir a Mandalay que fantasiamos com o livro "Regresso a Mandalay".

Saimos do hotel e caminhámos rumo ao desconhecido...e lá estava ela, a cidade que esperavamos encontrar. Entrámos no mercado e a cidade ganhou vida. A atarefacao das vendedoras, os legumes, as cores, a variedade, o olhar das pessoas felizes por estarmos em comunhão com elas. Perdemo-nos, literalmente, nas ruas estreitas com casas de teca e bambu, algumas com fachadas trabalhadas mas encobertas pelo pó da estrada. Conversamos com as pessoas, entramos um pouco na sua intimidade, pediram fotos para depois se verem entre a timidez e a surpresa da sua beleza, adoraram a bebe (mesmo estando a dormir). Um velho a ler o jornal que já não se lembra em que rua mora, um vendedor de betule, uma educadora de infância a receber as crianças penduradas nas motas, uma vendedora de comida de rua rodeada de panelas a fumegar, um bebé a devorar milho, um neto minúsculo à pendura numa bicicleta agarrado à vida, centenas de mulheres e homens monges nos seus trajes rosa e castanhos a pedir humildemente alimento na sua ronda das almas. Isto é Mandalay!



E o Mosteiro de Shwe In Bin Kyaung, todo em teca e com figuras de espíritos e episódios humorísticos, recebe-nos de pés descalcos na terra. O castanho escuro da sua construção  atrai-nos e apetece sentar e só contemplar no silêncio das árvores e fo banho matinal dos monges.



Calçamo-nos e procuramos um dos ex-libris da cidade- o Pagode Mahamuni, onde se aloja um Buda com cerca de 2000 anos e que tem aproximadamente 10cm de espessura em folhas de ouro, que os seus devotos lhe depositam como oferenda (as mulheres não podem), à excepção da face que é polida diariamente às 4 da manhã. É deveras impressionante!




Decidimos então ir a um workshop gratuito que nos mostrou o processo de elaboração das folhas de ouro e que nos deixou de boca aberta. Durante cerca de 6 horas, 3 homens à vez, batem com um martelo gigante no ouro enrolado em bambu, num esforço fisico tremendo, até obter uma folha tão fina que se transforma em pó com um só sopro.



Apanhamos uma mota com atrelado e fomos curtir os tropeções do caminho com as gargalhadas da Alice. Almocamos perto do Palácio Real (que optmamos por não visitar) no restaurante Marie-Min num terraço espectacular. O granizado de limão, gengibre e mel é fantástico! 



Descansamos no hotel e ao final da tarde fomos ver o mítico pôr do Sol na U Bein Bridge, em Amarapura, a penúltima capital real de Myanmar. Esta é a maior ponte em teca do Mundo, atravessando o lago e criando um efeito nostálgico ao nascer ou pôr do Sol. Estava apinhada de turistas...será que viemos todos no mesmo dia?!